Produçoes de vídeos

Este vídeo foi produzido a partir da história gravada por Bia Bedran.

As crianças escolheram o cenário, figurinos, e interpretaram os personagens.

A turma é constituída por crianças de 6 anos.

A entrega do Prêmio

O premio _ Cerimonial em Brasília

Premio professores do Brasil_Reportagem Jornal do Professor

Reportagem Jornal do Professor

Crianças aprendem brincando

02/12/2008

Desenvolver os aspectos físico, psicológico, intelectual e social de crianças de até seis anos de idade, complementando a

ação da família e da comunidade, é a finalidade da educação infantil. Os professores usam várias metodologias e, em

grande parte delas, jogos e brincadeiras. No Sul e no Nordeste, duas professoras decidiram ir além. Em Joinville, Santa

Catarina, Eliana Maria Gastaldi filmou uma história encenada pelas crianças. Em Natal, Edna Maria da Silva optou por

mostrar tubarões na sala de aula. Ambas são ganhadoras do prêmio Professores do Brasil deste ano.

Filha de professores, Eliana leciona há 16 anos. Ela começou a usar vídeos em sala de aula em 2006. “Percebi que

faltava um pouco de senso crítico das crianças na hora de escolher os filmes. Resolvi mostrar a elas como era o processo

de montagem de um vídeo”, explica. Com uma turma de estudantes de seis anos de idade do Centro de Educação Infantil

Zé Carioca, ela fez uma análise dos episódios do Sítio do Pica-Pau Amarelo e montou o primeiro vídeo.

Com o sucesso do projeto, a professora decidiu repetir a experiência, nos anos seguintes, com os alunos de quatro e

cinco anos. Segundo ela, a metodologia permite trabalhar não só o desenvolvimento da linguagem oral, como o da

escrita. “Eles fazem o roteiro, relatórios de produção e dividem a gravação cena por cena”, conta.

Além disso, de acordo com Eliana, os alunos aprendem a trabalhar em grupo e a analisar o resultado do próprio trabalho.

“Gravamos as cenas e, depois, vamos para a sala de vídeo para a avaliação. Se eles acham que não ficou boa, gravamos

novamente”, ressalta. Outras duas professoras da escola preparam-se para usar os vídeos e editar as imagens no

computador.

Portal do Ministério da Educação - MEC

PREMIO PROFESSORES DO BRASIL

PRÊMIO PROFESSORES DO BRASIL-3ª EDIÇÃO

SÍNTESE DA EXPERIÊNCIA

A experiência de produção cinematográfica envolveu a turma de 5 anos do Centro de Educação Infantil Zé Carioca em 2008, fazendo com que pudessem vivenciar o processo de produção de um filme, passando de expectadores para produtores . A turma, foi conhecendo o processo de produção,envolvendo-se e participando, desde a escolha da história, elaboração do roteiro, construção de cenários, escolha de figurino e trilha sonora, definição de personagens, ensaios, gravações, análise de cenas gravadas para posterior regravação quando necessário; e vivenciando o processo de edição, realizado com auxílio dos pais e comunidade escolar.

Através desta experiência, a sala de aula transformou-se em um grande laboratório cinematográfico, permitindo experiências com as linguagens que envolvem o cinema (como artes plásticas, teatro, música e literatura) e tecnologias.

O resultado pode ser percebido através do grande envolvimento da turma e pais, todos interagiram e contribuíram para que a produção fosse concretizada.

OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA

Com este projeto pretendemos que as crianças possam:

· Vivenciar o processo de produção de um vídeo, desde a elaboração do roteiro à sua finalização; passando a ser produtores de vídeo, e não apenas meros expectadores.

· Conhecer a linguagem de cinema, roteiro, definição de cenas, escolha de cenários e figurinos, elaboração de falas;

· Perceber que é possível reelaborar seu trabalho através da observação, análise e reestruturação;

· Desenvolver a linguagem oral e elaborar textos para as falas dos personagens.

· Desenvolver a linguagem escrita produzindo textos, no qual o professor assumirá o papel de escriba:história, roteiros, relatórios, bilhetes. Revisar o próprio texto e reelaborar o que for preciso, ouvindo-o após a sua redação.

· Desenvolver a capacidade de trabalhar em grupo, e valorizar a equipe como ponto fundamental para obtenção de um bom resultado;

· Participar de momentos que envolvam obras musicais de diversos gêneros e estilos

· Utilizar as dramatizações e gravações para ampliar gradualmente o conhecimento e o controle dos movimentos.

PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

Foi lançada a proposta de realizar um filme, onde as crianças seriam os atores, criadores e produtores. Todos ficaram muito entusiasmados com a idéia de aparecer na televisão, apesar de terem pouco conhecimento sobre o processo.Foi iniciada uma conversa para saber qual a idéia que eles teriam sobre como se produz um filme. As crianças possuem grande afinidade com a linguagem cinematográfica, e mesmo de forma empírica, demonstraram que possuem conhecimentos sobre a produção, citando em nossas discussões: “ Tem que ter uma pessoa que filma, e um que coloca a luz.”; afirma Jefter, 5 anos; referindo-se à parte técnica da filmagem. “Tem que ter umas fantasias.”, complementa Leonardo, 5 anos, referindo-se ao figurino. “Vamos ter que ter uma casinha, plantas”, Abner, 5 anos, fazendo alusão à composição de cenários.

Para elucidar nossas discussões sobre o processo de filmagem , conseguimos informações na Internet, no computador da escola, em pequenos grupos, e em casa, com ajuda dos pais e familiares.Textos sobre o processo de produção de filmes foram lidos e discutidos. Apesar da complexidade do tema, foi possível elaborar com as crianças uma metodologia de trabalho, definindo assim, alguns passos para nossa produção.

· Achar uma boa história, e selecionar cenas;

· Elaboração de um roteiro.

· Definição dos cenários e figurino;

· Elaboração das falas e ensaio.

· Escolha da trilha sonora;

· Gravação das cenas;

· Edição e gravação do filme no CD.

Escolhendo uma história_ Foi preciso discutir qual história seria filmada; as crianças trouxeram filmes para serem analisados e foi escolhido um episódio com os Dálmatas. Durante a análise do enredo, o grupo pediu mais emoção na história .Assim foram introduzidos novos personagens: vampiro, fantasma, cobra grande, lobo, e uma bruxa. As crianças começaram a se interessar em interpretar os personagens, e foi criada uma nova história coletivamente :

O SUSTO DOS DÁLMATAS

Os cachorrinhos dálmatas estão em sua casa com seu dono.

Querem brincar de bola, mas não acham e saem para procurar.

O primeiro sai procurando e vê uma casinha. Espia pela janela, vê uma cobra gigante e sai correndo apavorado.

O segundo sai procurando e vê uma casinha. Espia pela janela, vê um lobo e sai correndo apavorado.

O terceiro sai procurando e vê uma casinha. Espia pela janela, vê uma bruxa e sai correndo apavorado.

O quarto sai procurando e vê uma casinha. Espia pela janela, vê um fantasma e sai correndo apavorado.

O quinto sai procurando e vê uma casinha. Espia pela janela, vê um vampiro e sai correndo apavorado.

Todos voltam correndo e gritando.

Encontram-se no quintal da casa e contam o que viram, depois gritam por socorro.

Vem os irmãos e vão ver o que está acontecendo.

No caminho escutam uma música, param, seguem a música e chegam em uma casa.

Os monstros estão festejando um aniversário . Um deles tira a máscara e diz que é só uma festa à fantasia.

Todos festejam felizes.

A elaboração do roteiro. Um roteiro é composto pela descrição das cenas, vocabulário que começou a fazer parte da rotina diária , nas brincadeiras livres e conversas. As cenas foram sendo redigidas pelo grupo e escritas pela professora, sendo depois ilustrada pelas crianças com desenhos. Desta forma foi elaborado o roteiro de todas as cenas, mas devido às características das crianças de cinco anos; o processo de elaboração foi intercalado com gravações, para que as crianças pudessem ter acesso aos resultados, e assim, analisar e elaborar o roteiro das próximas cenas.

ROTEIRO DO FILME OS DÁLMATAS

Cena 01

Local_ externo – jardim da escola.

Cenário_ Casinha onde moram os dálmatas.

Figurino_ Fantasias de dálmatas e roupas de pessoas.

Trilha sonora_ latidos

Os cãezinhos dálmatas são chamados pelos donos para comer, depois vão procurar uma brincadeira. Resolvem brincar de bola, mas não encontram e saem para procurar pelo jardim. Cada um vai para uma direção.

Cena 02

Local_ externo – jardim da escola

Cenário_ plantas e outra casinha, cenário de uma sala da casa.

Figurino_ Fantasia de dálmata e fantasia de cobra.

Trilha sonora_ som de suspense

O 1º dálmata vai procurar e encontra uma casinha.

Espia pela janela e vê uma cobra . O dálmata grita e sai correndo com medo.

Cena 03

Local_ externo – jardim da escola

Cenário_ plantas e outra casinha, cenário de uma sala da casa.

Figurino_ Fantasia de dálmata e fantasia de lobo

Trilha sonora_ som de suspense e uivo de lobo.

O 2º dálmata vai procurar e encontra uma casinha.

Espia pela janela . Um lobo uiva. O dálmata grita e sai correndo com medo

Cena 04

Local_ externo – jardim da escola e interno- refeitório da escola.

Cenário_ plantas e outra casinha, cenário de uma cozinha com uma vassoura no canto e um grande caldeirão.

Figurino_ Fantasia de dálmata e fantasia de bruxa

Trilha sonora_risada de bruxa e som suspense

O 3º dálmata vai procurar e encontra uma casinha.

Espia pela janela. Uma bruxa faz feitiços em seu caldeirão, colocando sapos e morcegos, dá uma grande risada.

O dálmata grita e sai correndo com medo

Cena 05

Local_ externo –jardim da escola

Cenário_ plantas e outra casinha, cenário de uma sala da casa.

Figurino_ Fantasia de dálmata e fantasia de vampiro

Trilha sonora_ som de suspense e grito

O 4º dálmata vai procurar e encontra uma casinha.

Espia pela janela. Um vampiro está de costas, mas se vira num salto e grita , abrindo a capa e mostrando os dentes.

O dálmata grita: Aaai , um vampiro!

Sai correndo com medo

Cena 06

Local_ externo –jardim da escola

Cenário_ plantas e outra casinha, cenário de uma sala da casa.

Figurino_ Fantasia de dálmata e fantasia de fantasma.

Trilha sonora_ som de suspense e som de fantasma

O 5º dálmata vai procurar e encontra uma casinha.

Espia pela janela e um fantasma faz uuuuuu

O dálmata grita: Aiii, um fantasma!!! Sai correndo com medo.

Cena 07

Local_ externo –jardim da escola

Cenário_ quintal da casa.

Figurino_ Fantasias de dálmatas

Trilha sonora_som de suspense

Todos os dálmatas voltam correndo e gritando por socorro.

Aparecem os irmãos e perguntam o que há.

Todos vão subindo o morro latindo, de repente escutam uma música.

Ficam em silencio.seguem a música e encontram uma casa.

Cena 08

Local_ externo –jardim da escola

Cenário_ quintal da casa e cenário de festa com balões.

Figurino_ Fantasias de dálmatas e as fantasias dos assustadores.

Trilha sonora_som de sinos, suspense, pessoas falando, e música de parabéns.

Os dálmatas olham espantados para uma festa. O fantasma tira a máscara e diz que é uma festa a fantasia. Convidam para entrar; todos comemoram e cantam parabéns.

Definição dos cenários e figurinos_ Cada cena exige um cenário, bem como figurino apropriado; e após a definição do que seria necessário, foi decidido que era a hora de pedir ajuda aos pais, as crianças redigiram um bilhete, escrito pela professora, e os pais compareceram à reunião. Desta forma, os elementos necessários foram construídos coletivamente, pelas crianças, com ajuda dos pais. Conseguimos as máscaras e fantasias da bruxa, do vampiro, e fantasma, com a ajuda dos pais; a cobra grande, o lobo e os dálmatas já faziam parte do acervo da escola e tinham sido confeccionadas em outros trabalhos.

Elaboração das falas e ensaio_ De posse do roteiro elaborado, com cenários e figurinos definidos, a esperada hora de gravar estava chegando, momento escolhido para serem elaboradas as falas de cada personagem nas cenas, processo feito em conjunto com os ensaios. Dramatizando os diversos personagens em sua atuação nas cenas da história, as falas foram sendo construídas coletivamente. Os ensaios constituíram oportunidades para a reflexão sobre a atuação de cada personagem, a entonação da voz, posição do personagem no cenário, local escolhido para filmagem e adequação do figurino. As análises dos ensaios originavam modificações, sempre que necessário.

Escolha da trilha sonora_ Assistindo às gravações dos ensaios foi percebida a falta de uma trilha sonora, quando as crianças observaram que não tinha som de “suspense”, como nos filmes. Nesse momento a ajuda da família foi novamente requisitada para que pesquisassem sons para o filme. Foram ouvidos vários sons de efeitos sonoros, e escolhido o mais adequado para cada cena. Neste momento, as crianças demonstraram ter um conhecimento bem desenvolvido, pois realizavam as escolhas da trilha sonora com facilidade e adequando a cada momento do filme.

Gravação das cenas_Foi iniciado o processo de gravação, e a cada cena gravada, uma análise era realizada assistindo à cena na sala de vídeo, onde foram observados os detalhes como entonação da voz, figurino, colocação adequada da câmera, objetos do cenário.Novas regravações foram realizadas, nas situações em que o grupo considerou necessário.

Relatórios das filmagens foram redigidos coletivamente, para que os pais pudessem acompanhar os trabalhos, as crianças iam relatando como se realizou a gravação, e a escrita sendo feita pela professora, depois as crianças receberam cópias impressas para ilustrarem o relatório.

As gravações teve a duração de dois meses, sempre de encontro ao interesse do grupo, que realizou a atividade com muito prazer. Cada vez que uma cena gravada era assistida pelo grupo, todos apreciavam com entusiasmo, demonstrando estarem felizes com os resultados obtidos. Concluir a filmagem não foi tarefa fácil, pois este processo exigiu a participação em pequenos grupos, e fizemos algumas reuniões com os pais, que se propuseram em vir auxiliar nas sessões de filmagem.

Com o resultado obtido , fomos convidados a inscrevermos no 7º Festival de Vídeo Estudantil de Guaíba, RS, e para nossa realização, o vídeo foi classificado para a Mostra Infantil, que será realizada entre 3 a 9 de novembro. As filmagens foram encerradas, e a exibição do filme produzido, será realizada para as famílias numa sessão de cinema, com data ainda a ser confirmada, mas será até o final do mês outubro. Um jornal local, Jornal A Notícia, virá entrevistar o grupo, para divulgar o trabalho, todos estão esperando ansiosos, e já se preparam para explicar o trabalho para os repórteres.

CONTEXTUALIZAÇÃO

Este projeto foi desenvolvido na cidade de Joinville, que está situada ao norte do Estado de Santa Catarina.Atualmente Joinville é o maior município do Estado de Santa Catarina em população, com aproximadamente 530.000 habitantes. Hoje a par do desenvolvimento industrial, Joinville busca novos caminhos, investindo no comércio e no turismo. O município conta com 7.648 alunos matriculados na educação Infantil.

Nossa Unidade Escolar denomina-se Centro de Educação Infantil Zé Carioca, localizado na Rua Voluntários da pátria, 110, bairro Itaum. Mantido pela Prefeitura Municipal de Joinville, criado pelo decreto n°3416/77. Atendendo 159 alunos, de 3 a 6 anos , em dois turnos matutino e vespertino. O prédio escolar conta com 4 salas de aula, refeitório, cozinha, sala dos professores , sala de direção,auditório, usado para reuniões e como sala de vídeo, banheiros masculino e feminino, área coberta, parque infantil e depósito de material de limpeza, sala multi-uso e quadra de esportes coberta.

Atuam neste estabelecimento, 14 profissionais, destes 07 professores com nível de Especialização; 01 auxiliar de educadora, 02 na parte administrativa e pedagógica, temos uma merendeira e 03 funcionários em serviços gerais.Também é oferecido aos interessados, aula de ballet e capoeira, com profissionais específicos, em horário extra-classe.

A comunidade é bastante heterogênea, com famílias de vários níveis sócio-econômico, vindos em sua grande maioria dos bairros : Itaum, Guanabara, Floresta, Petrópolis, e outros mais distantes.

A turma é constituída de 26 alunos, entre 5 e 6 anos , sendo que 21 já estavam na Instituição em 2007, e destes 21, 15 já freqüentavam a turma de maternal em 2006, portanto, um grupo já com várias habilidades desenvolvidas através de um trabalho pedagógico consistente neste período.

As famílias trabalham nas indústrias locais, no comércio e prestação de serviços, e na sua maioria , apresentam bom nível de escolaridade . Todas as famílias desta turma possuem aparelhos de televisão e reprodução de dvds, e algumas possuem computador com acesso à Internet. Participam da vida escolar, comparecendo à escola para se inteirarem do processo de aprendizagem das crianças, auxiliando nas pesquisas , participando das reuniões e contribuindo com suas idéias e confecção de materiais, quando necessário.

A Associação de Pais e Professores , adquiriu recentemente uma filmadora para agilizar os trabalhos audiovisuais, acompanhando e apoiando os projetos e o desenvolvimento das crianças.

JUSTIFICATIVA

O vídeo é parte integrante do universo infantil onde a televisão e os filmes muitas vezes ocupam significativa parcela de tempo nas atividades diárias de muitas crianças cujas mães trabalham e deixam seus filhos sob cuidados de avós, familiares e babás. Sendo esta forma de linguagem repleta de códigos e significações, onde predomina o audiovisual, uma forte influência no desenvolvimento da criança, apresentando aspectos positivos e negativos; surgiu a necessidade de criar uma forma de aproximação com o cotidiano escolar, de modo que a criança, através da elaboração de um filme , pudesse vivenciar algumas peculiaridades de seu processo de produção; ter oportunidades de aprender a ler e a criticar o que lhe é apresentado, além de poder analisar e expressar-se em audiovisual.

RESULTADOS OBTIDOS

A produção deste vídeo oportunizou as crianças expressarem-se audiovisualmente, criando uma história, seu roteiro, selecionando elementos de cenário, figurino e trilha sonora, integrando estes elementos de forma a constituir uma mensagem, transmitida através do vídeo, o produto final de todo o processo. Durante a composição das cenas, as crianças foram percebendo que é preciso criar uma relação entre cada elemento e o conjunto de sua produção, para que pudessem analisar seu trabalho e aperfeiçoá-lo.Esta atividade criativa conduziu a um processo de agilização mental, e favoreceu o desenvolvimento da imaginação, raciocínio e significativa melhoria na atenção das crianças.

A necessidade de elaboração de falas com conteúdo claro, entonação adequada, que dessem significado ao enredo, aprimorou a linguagem oral e escrita, pois foi necessário recorrer à leitura de histórias, dramatizações, exibição de outros vídeos, para que pudesse ser feita a análise e obtenção de subsídios para o processo seqüencial de criação.

Sendo a linguagem audiovisual parte integrante do cotidiano da criança, as atividades foram realizadas com grande prazer , o que as motivou a comparecerem às aulas mais motivadas e interessadas. Nesta turma a evasão foi zero, e a freqüência superior a 90%, o que mostrou que a utilização deste recurso inovador foi altamente positiva.

O processo de criação de um vídeo, por ser um trabalho de autoria, foi mais um recurso positivo no desenvolvimento da autonomia das crianças , pois foram aprendendo a buscar soluções para as diversas situações que iam surgindo, e a satisfação de estarem criando, os motivou a elaborar tarefas cada vez mais complexas.

A utilização deste recurso inovador na educação, a princípio causou surpresa aos pais, por ser visto apenas como entretenimento, mas através de reuniões, foram conhecendo as possibilidades educativas , e assim colaboraram realizando pesquisas, auxiliando na organização dos cenários e figurinos. Durante a filmagem, novamente participaram colaborando na organização dos pequenos grupos e acompanharam a produção assistindo, sempre que possível as cenas que iam sendo gravadas, valorizando assim a produção das crianças.

AVALIAÇÃO

As crianças tiveram contato com a linguagem cinematográfica, incorporando vocabulário próprio como: roteiro, cena, cenário, figurinos, atores, gravação, personagem, como pode ser observado nas conversas e brincadeiras diárias.

O processo de reestruturação do trabalho, através da observação e análise crítica, foi uma aprendizagem constatada a cada sessão de gravação, onde , incentivados a procurarem o que poderia ser modificado , experimentações e novas análises; o grupo chegava a um consenso final sobre cada cena.

A linguagem escrita foi necessária em diversos momentos do projeto, na redação da história , roteiro, bilhetes, relatórios, e convite. Aprenderam que cada um têm elementos próprios , e quando tiveram que redigir os bilhetes necessários nas diversas etapas do projeto, demonstraram sua aprendizagem, apresentando sugestões cada vez mais consistentes , com crescente segurança nas suas opiniões. A redação de relatórios oportunizou momentos de discutirem o que seria mais importante escrever, e perceberam que não é possível contar todos os detalhes, e sim selecionar o fundamental para que outras pessoas compreendam. Redigir o roteiro foi um desafio vencido na metade do processo, o que foi conseguido somente após a gravação de algumas cenas, porque o roteiro contém muitos elementos como cenário, figurino, enredo, personagens, trilha sonora, e o que pareceu abstrato na redação do roteiro da primeira cena, foi se tornando fácil após a vivência do processo.

As inúmeras reuniões para discussões durante a produção do vídeo, foram oportunidades para que as crianças fossem colocando suas idéias, sugestões, críticas, encorajando-se mutuamente a se exporem, falando espontaneamente, cada vez com mais fluência; e desenvolvendo-se de acordo com suas capacidades. As falas dos personagens do filme foram gravadas desde os ensaios, e assistidas pelo grupo para que fossem analisadas, assim as crianças obtiveram parâmetros para comparação da intensidade e altura da própria voz , articulação das palavras e entonação das frases, e através das sucessivas gravações; fomos percebendo a evolução individual e do grupo.

A produção deste vídeo foi coletiva, desde as primeiras escolhas, até as resoluções de problemas surgidos, e principalmente , as discussões ocorridas a todo momento de preparação das gravações e sessões de análise das mesmas , e as construções dos elementos necessários como cenários, figurinos, redações coletivas, trabalhos em grupo, e tudo o que foi necessário para que o filme fosse concluído.

As crianças puderam refletir sobre seus avanços aprendendo a construir seu processo de auto-avaliação, pois desde o início do projeto foram conscientizadas de todas as etapas e o acompanhamento foi realizado através da elaboração do livro “Eu aprendendo a fazer um filme”, onde foram registradas cada etapa com desenhos, fotos e textos coletivos.

O momento da escolha da trilha sonora foi quando as crianças tiveram a oportunidade de entrar em contato com diferentes sons, músicas de diversos gêneros e estilos, incluindo música clássica , quando analisaram e selecionaram qual o mais adequado a cada cena do filme. Na atividade de analisar as gravações cada um pode observar a intensidade, altura, entonação de sua própria voz e dos colegas. Durante estes procedimentos a percepção auditiva e a capacidade de discriminar sons puderam ser aprimoradas.

Por meio da observação das gravações dos ensaios e cenas do filme, foi possível a cada criança uma auto-análise, verificando as posições corporais, a movimentação dentro da cena, permitindo a reestruturação de seus próprios movimentos, o que ficou claro na comparação das cenas gravadas.

A produção deste vídeo foi uma experiência pedagógica que proporcionou inúmeras oportunidades para promover o desenvolvimento da criança , devido à sua riqueza de possibilidades de exploração de sons e imagens, movimento, artes, criação, trabalho em grupo, auto-análise, utilizando o vídeo, tão presente na vida destas crianças. A aproximação do vídeo com a criança e a família, que teve oportunidade de acompanhar o trabalho e perceber as inúmeras possibilidades de aprendizagem com um recurso antes visto quase unicamente como lazer, foi um aspecto extremamente importante.

Conhecer um estúdio de televisão, profissionais da área, uma equipe de produção de curta-metragem, teríamos maior enriquecimento do trabalho, e esta visita será incluída nas próximas oportunidades em que o projeto for aplicado.

A edição do vídeo pode ser feita com aplicativos que fazem parte do Sistema Operacional dos computadores que temos nas escolas, e não exigem conhecimento técnico nas produções simples, mas, requisitam muita memória e alta capacidade de processamento, além do tempo que precisa ser dispensado. Estes são os problemas técnicos enfrentados durante este projeto. Uma parceria com as universidades locais que tenham cursos com laboratórios de design, é uma alternativa que deverá ser viabilizada na próxima edição deste trabalho, pois é a única etapa que não influenciaria negativamente nas aprendizagens da criança durante a produção, desde que se tenha o cuidado de não deixar para os profissionais de edição a tarefa da escolha das cenas e da trilha sonora.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Referencial Curricular

Nacional para Educação Infantil. Brasília, DF: MEC, 1998.

MACHADO, Arlindo. A arte do vídeo. São Paulo: Brasiliense, 1988.

MORAN, José Manuel. Mudanças na comunicação pessoal. 2a ed. São Paulo: Paulinas, 2000.

MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BEHRENS, Marilda. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 7ª ed., Campinas: Papirus, 2003.

SALTO PARA O FUTURO . Acessado em 12/08/2008 http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/3sf.pdf

NOVOS CINEASTAS PREMIADOS _REPORTAGEM A NOTÍCIA

Novos cineastas premiados

ESCOLA DE JOINVILLE FINALISTA DE MOSTRA DE CINEMA NO RIO GRANDE DO SUL

Da sala de aula, os alunos do Centro de Educação Infantil Zé Carioca, de Joinville, saíram direto para a sala de cinema. A experiência de produzir um curta-metragem infantil era quase uma diversão para as crianças de cinco e seis anos – mas o resultado ficou bem além de uma simples brincadeira. “O Susto dos Dálmatas” é um dos cinco selecionados para participar da final do 7o Festival de Vídeo Estudantil e Mostra de Cinema de Guaíba, no Rio Grande do Sul. Mais de 300 curtas foram inscritos na primeira etapa.

O trabalho pedagógico da professora Eliana Maria Gastaldi começou em 2006, com uma reimaginação das histórias do “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, de Monteiro Lobato. No ano passado, o vídeo ganhou o Prêmio Destaque no Festival de Guaíba e incentivou a professora a participar mais uma vez da premiação. “A intenção nem era ganhar alguma coisa, mas o trabalho deu certo e demos continuidade”, explica.

A produção de “O Susto dos Dálmatas” envolveu 26 crianças. Na trama, desenvolvida pelos próprios alunos, os dálmatas vão procurar a bola para brincar, mas encontram seres estranhos, como cobra, bruxa, lobo e fantasma. Assustados, pedem ajuda aos irmãos e descobrem que se trata de uma festa à fantasia.

O roteiro de cinco minutos e as cenas foram criadas dentro da sala de aula. Cada tomada era analisada pela turma e, se encontrassem falhas, eles mesmos pediam uma nova gravação. “No final, todos ficaram exigentes e queriam um trabalho perfeito, sem nenhum problema”, conta Eliana. Os materiais de gravações e figurinos foram comprados em parceria com a Associação de Pais e Professores (APP) do CEI Zé Carioca.

O Festival de Guaíba ocorre entre os dias 3 e 9 de novembro. Além do evento, “O Susto dos Dálmatas” participa do Projeto Professores do Brasil, do Ministério da Educação e Cultural (MEC), que pretende premiar atividades desenvolvidas dentro da área pedagógica.

http://www.festvideoguaiba.com.br/index.html

CLASSIFICADOS_MOSTRA INFANTIL_2008

APRENDENDO COM A NATUREZA Guaíba/RS

Sinopse: É uma história de dois irmãos que não cuidam do lugar onde vivem e os amigos começam a se afastar, eles sentindo-se só se desesperam e começam a chorar, nesse momento encontram uma flor que conversa com eles e explica a tristeza de viver em um lugar abandonado e sem vida, os passarinhos escutando tudo, resolvem ajudar e promovem a limpeza, organização e conscientização do casal de irmãos. Feito isso, os dois e seus amiguinhos da natureza embelezam todo o lugar e devagarinho os seus amigos começam a retornar e o jardim volta a ser belo e harmonioso.

Diretor: Tatiana Nascimento

Escola: Escola ULBRA Martinho Lutero

FAZENDO ARTE NA ESCOLA- IMIGRACAO ALEMA Novo Hamburgo/RS

Sinopse: A história conta a vinda dos primeiros imigrantes alemães que chegaram a s. Leopoldo, dando enfoque a família do artista estudado(Flavio Scholles, descendente de alemães) e sua vida ate os dias de hoje.

Diretor: Izabel Terezinha Anderson Silveira

Escola: EMEF Darcy Borges De Castilhos

ILUSÃO Guaíba/RS

Sinopse: O narrador conta a história de uma menina que vive um sonho, onde busca a diferença entre o sonho e a realidade.

Diretor: Uriel Platchek de Lima

Escola: E.M.E.F. Anita Garibaldi

O SUSTO DOS DÁLMATAS Joinville/SC

Sinopse: Os dálmatas vão procurar a bola para brincar, mas encontram seres muito estranhos.Assustados, pedem ajuda aos irmãos e descobrem que se trata de uma festa à fantasia.

Diretor: Eliana Maria Gastaldi

Escola: Centro de Educação Infantil Zé Carioca

UM APÓLOGO DE MACHADO DE ASSIS Rio de Janeiro/RJ

Sinopse: A discussão entre a agulha e o alfinete termina com uma grande reflexão do professor de melancolia.

Diretor: Coletivo

Escola: Núcleo de Arte Grécia

Dálmatas e seus novos amigos

Este vídeo foi produzido pela turma de 4 anos de 2007, num projeto onde foi vivenciado o processo de produção desde a elaboração do roteiro , seleção de cenários, figurinos, trilha sonora,...